Apresentação

Nos últimos anos tem-se verificado um aumento significativo de alunos diagnosticados com PEA. A dimensão deste fenómeno é notória: enquanto o único estudo de prevalência mais antigo realizado em Portugal (Oliveira, 2005) estimava que no nosso país, cerca de uma em cada mil crianças em idade escolar tinha diagnóstico de PEA, os dados mais recentes da Organização Mundial de Saúde (OMS) já indicam uma incidência global de aproximadamente uma em cada 100 crianças na mesma faixa etária. Esta discrepância sublinha a mudança dramática e o acentuado crescimento de casos registado nas ultimas duas décadas, o que exige uma resposta urgente por parte do sistema educativo. Paralelamente, nas escolas portuguesas, esta diversidade intensifica-se com o crescente número de alunos migrantes que chegam ao sistema educativo, muitos dos quais também apresentam diagnósticos de perturbações do neurodesenvolvimento. Esta intersecção de fatores levanta desafio adicionais, visto que, em algumas comunidades migrantes, o reconhecimento e o diagnóstico de PEA podem ser tardios ou associados a estigmas culturais, dificultando a intervenção precoce e o acesso a apoios especializados. A interseccionalidade entre a PEA e as barreiras linguísticas e culturais amplifica os desafios de integração e de diagnóstico diferencial.

Destinatários

Todos os grupos de recrutamento da Escola Secundária Alves Martins

Releva

Despacho n.º 5741/2015 - Enquadra-se na possibilidade de ser reconhecida e certificada como ação de formação de curta duração a que se refere a alínea d) do n.º 1 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 22/2014.

Objetivos

Torna-se essencial reforçar o conhecimento e as práticas pedagógicas dos docentes e não docentes de forma a promover uma resposta educativa inclusiva, diferenciada e ajustada às necessidade destes alunos, em linha com o Decreto-Lei n.º 54/2018. Assim, esta proposta visa dotar os docentes e não docentes de instrumentos teóricos e práticos que lhes permitam compreender melhor as especificidades do espetro do autismo, nomeadamente a sua manifestação heterogénea (rigidez cognitiva, dificuldade de comunicação social e sensibilidade sensorial), bem como desenvolver estratégias de intervenção, diferenciação curricular e colaboração no contexto escolar e uma cultura de escola inclusiva e acolhedora. A presença de um Pedopsiquiatra (abordagem clínica e diagnóstica) e uma Psicomotricista Doutorada em Educação Especial (abordagem psicoeducacional e prática) assegura uma perspetiva multidisciplinar e robusta.

Conteúdos

1. Enquadramento teórico e clínico das Perturbações do Neurodesenvolvimento. 2. Caracterização e especificidades dos alunos com PEA. 3. Estratégias pedagógicas e práticas inclusivas na escola. 4. Partilha de práticas e reflexão conjunta.

Formador

Cristina Maria Nunes Fonseca

Cronograma